segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Estímulos para a construção civil

Para tentar estimular a construção civil, que responde por quase metade da taxa de investimento do país, o governo anunciou nesta terça-feira (4) uma série de medidas para o setor.
A principal delas altera a forma de contribuição das empresas dessa área para a Previdência, conforme antecipou a Folha em reportagem publicada nesta terça-feira. A medida foi incluída na pauta do anúncio após o governo se decepcionar com o fraco resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre.
Em vez de pagarem 20% sobre a folha de pagamento, elas contribuirão com 2% sobre o faturamento. Além disso, o setor também terá redução de tributos e acesso a capital de giro durante o período de construção das habitações.
Com a medida, o setor, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda) terá um alívio anual de R$ 2,850 bilhões, referente à redução na contribuição previdenciária. O setor gasta hoje R$ 6,28 bilhões com pagamento de 20% da folha ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e, com a nova medida, passará a pagar 2% do faturamento bruto. "O setor não pagará mais INSS. Não vou dizer pelo resto da vida porque é muito tempo, mas por um longo período", disse Mantega.
Além disso, o governo também reduziu de 6% para 4% a alíquota do RET (Regime Especial de Tributação) que incide sobre o setor e que reúne vários impostos numa única alíquota. Para as habitações sociais, destinadas a famílias de baixa renda, o governo elevou de R$ 85 mil para R$ 100 mil o valor dos imóveis que se beneficiam de uma alíquota especial do RET de 1%.
Outra medida prevê R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal para que as empresas de pequeno e médio porte possam obter recursos antecipadamente para administrar seu caixa. Segundo o ministro Guido Mantega, o natural é que os financiamentos sejam liberados depois que ocorre uma medição da obra.
 
INVESTIMENTO
O ministro ressaltou a importância do setor para o investimento. "[O setor é] responsável por quase metade do investimento que nós fazemos no país. Portanto, estimular a indústria de construção é estimular o investimento no país", destacou Mantega.
A meta da Fazenda é fazer os investimentos aumentarem 8% no ano que vem e 12% em 2014, puxando o crescimento da economia para o mais perto possível de 4% --depois do avanço de 0,6% no terceiro trimestre, a alta do PIB neste ano deve ser de cerca de 1%.
Segundo ele, o setor também é importante porque contribui para dois dos maiores sonhos da população: ter uma casa própria e conseguir um emprego. De acordo com o ministro, o setor emprega atualmente 7,7 milhões de pessoas.
 
MINHA CASA, MINHA VIDA
A presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde desta terça-feira (4) que o próximo governante do Brasil terá que dar continuidade à nova etapa do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
No mesmo dia em que lançou pacote de desoneração para baratear os custos da construção civil, governo anunciou que pretende expandir o programa, contratando até o final de 2014, quando termina o mandato de Dilma, a construção de mais 1,4 milhão de casas.
"Isso significa ainda que nós vamos conceber outra etapa do Minha Casa, Minha Vida. Deixaremos ela [a etapa] pronta para viger nos anos seguintes. Seja quem seja que governe esse país, terá que cumprir, dar continuidade", disse Dilma, em discurso durante cerimônia de entrega da milionésima unidade do Programa Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto.
 
Fonte: Folha de São Paulo e Agência Brasil
Publicado em: 05/12/12

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mão de obra latino-americana é o maior reforço estrangeiro à engenharia nacional nos últimos 10 anos

Com base em análise dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), é possível verificar uma nova configuração da força de trabalho da engenharia no Brasil em termos da mão de obra estrangeira. Se no ano de 2000 a maioria dos engenheiros imigrantes era de nacionalidade europeia¹, dez anos mais tarde a nacionalidade latino-americana se tornou majoritária.
A quantidade de engenheiros europeus trabalhando no Brasil se manteve relativamente estável nesses últimos 10 anos, sendo que em 2000 havia no mercado de trabalho do país 620 engenheiros de origem europeia enquanto em 2010 esse número evoluiu para 640 engenheiros. Já os engenheiros de origem latino-americana² tiveram um crescimento substantivo na composição da força de trabalho da engenharia nacional, passando de 408 engenheiros em 2000 para 643 engenheiros em 2010, o que constitui uma elevação em 57% desses trabalhadores.
Os engenheiros de nacionalidade asiática³ , que passaram de 157 para 251 nos 10 anos analisados, e os engenheiros de nacionalidade norte-americana4, que passaram de 31 para 81 no mesmo período de análise, alcançaram maiores aumentos proporcionais entre 2000 e 2010 na composição da engenharia brasileira, 59% e 161% respectivamente. Contudo, é preciso sublinhar que os números absolutos da mão de obra asiática e norte-americana ainda são bastante tímidos quando comparados aos números da força de trabalho europeia e latino-americana no que se refere à engenharia no Brasil, como pode ser visto no gráfico abaixo.

¹A variável “nacionalidade europeia” é construída de acordo com as seguintes variáveis de nacionalidade do trabalhador presentes na base de dados da RAIS: Nacionalidade Alemã; Nacionalidade Belga; Nacionalidade Britânica; Nacionalidade Espanhola; Nacionalidade Francesa; Nacionalidade Suíça; Nacionalidade Italiana; Nacionalidade Portuguesa.
²A variável “nacionalidade latino-americana” é construída de acordo com as seguintes variáveis de nacionalidade do trabalhador presentes na base de dados da RAIS: Nacionalidade Argentina; Nacionalidade Boliviana; Nacionalidade Chilena; Nacionalidade Paraguaia; Nacionalidade Uruguaia; Outras Latino-americanas.
³A variável “nacionalidade asiática” é construída de acordo com as seguintes variáveis de nacionalidade do trabalhador presentes na base de dados da RAIS: Nacionalidade Japonesa; Nacionalidade Chinesa; Nacionalidade Coreana; Outras Asiáticas.
4A variável “nacionalidade norte-americana” é construída de acordo com as seguintes variáveis de nacionalidade do trabalhador presentes na base de dados da RAIS: Nacionalidade Canadense; Nacionalidade Estadunidense.

Fonte: Engenharia Data
Publicado em: 10/07/12

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Geossintéticos aplicados às obras subterrâneas

O Brasil passa por um momento de crescimento dos investimentos em infraestrutura. Um dos focos desses investimentos é o metrô. São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza são exemplos de cidades que estão expandindo sua malha metroviária. Cresce também o uso dos geossintéticos nesse ramo da construção civil. Em obras de metrô, esses elementos são utilizados, principalmente, no controle da água subterrânea. “O principal emprego é a geomembrana, instalada com a finalidade de impermeabilizar túneis e estações”, explica Víctor León, associado da ABMS e consultor na área. “Os geotêxteis também são empregados como elementos de drenagem e filtragem em dispositivos de drenagem”. Foto à esquerda: obras da Linha-5 Lilás do Metrô de São Paulo.

Víctor León lembra que o uso dos geossintéticos vem aumentando nas obras metroviárias do país. Antes utilizados apenas na drenagem de túneis e estações, esses elementos são agora usados como ferramentas na impermeabilização, como já acontece nas estações mais novas do metrô de São Paulo. “No exterior, onde o emprego de geossintéticos em obras metroviárias é mais disseminado, existem mais tipos de geomembranas e geocompostos sendo empregados na impermeabilização de estruturas enterradas”, conta o consultor.

No Brasil, os profissionais ainda precisam ter mais familiaridade com esses elementos, para tornar seu uso cada vez mais eficiente, e conhecer outros tipos de geomembranas. Por isso, Víctor León defende os ensaios, a normatização e a certificação de novos materiais.

O consultor deixa um alerta à comunidade técnica brasileira: “É importante ter a mente aberta para que possamos expandir nosso horizonte de opções. É preciso deixar o projetista, o executor e a proprietária das obras confortáveis com o emprego das novas tecnologias. Para isso, é primordial investir em pesquisa e certificação de novas tecnologias. É um investimento relativamente pequeno e com grande retorno em termos de durabilidade das obras e de conforto do usuário do sistema de metrô”.

A expansão da malha metroviária brasileira foi um tema amplamente debatido no 3º Congresso Brasileiro de Túneis, que aconteceu entre os dias 20 e 22 de março, em São Paulo. O evento, organizado pelo Comitê Brasileiro de Túneis da ABMS, teve a participação de 700 pessoas, entre profissionais, estudantes, acadêmicos e empresários do setor.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Seguro de risco de engenharia na berlinda.

O momento econômico do Brasil é único. O país se prepara para sediar eventos mundiais e, para isso, diversas obras de grande porte começam a sair do papel.
É neste contexto que ganha destaque o seguro de riscos de engenharia, que garante ao construtor cobertura de acidentes ocorridos durante a execução de obras, na instalação e montagem de equipamentos e em quebra acidental ou repentina.
Mas o ramo tem sido alvo de normas que preocupam o mercado, com revisão e complexidade de apólices que podem acarretar em aumento de preços, não cobertura em caso de sinistro e redenção às resseguradoras estrangeiras.
Parte das alterações foi anunciada em janeiro deste ano, quando a Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou a circular 419, cujos
desdobramentos ainda estão sendo debatidos entre advogados, seguradoras e contratantes até hoje.
Segundo Adilson Neri Pereira, sócio do Neri Pereira Sociedade de Advogados, a circular ampliou as coberturas oferecidas, com a inclusão obrigatória, por exemplo, do desentulho, que antes só era contratado por quem achasse necessário.
"A impressão que nos dá é que o resseguro ficará mais caro com a norma e não sei se as seguradoras terão condições de passar ou não isso para o mercado. Pode ser que elas percam rentabilidade ou que as apólices fiquem mais caras", avalia.
Analisando as cifras dos eventos mundiais é possível perceber a importância deste seguro e da discussão. Dados do Ministério dos Esportes mostram que, apenas para a Copa do Mundo de 2014, serão investidos R$ 22,8 bilhões em infraestrutura civil. Só com estádios, serão R$ 5,7 bilhões.
O presidente da corretora de seguros da Odebrecht, Marcos Lima, acredita que "a circular até poderia adotar regras especiais para a proteção dos segurados, mas ao tentar entrar em detalhes acaba intervindo contra os interesses da sociedade civil". A construtora tem contratos para reforma e construção de estádios como Maracanã (Rio de Janeiro), Fonte Nova (Bahia) e Corinthians (São Paulo).
Outras normas, adotadas para seguros como um todo, também têm afetado o ramo de risco de engenharia. São as resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 225 e a 232. A primeira trata da obrigatoriedade da seguradora de contratar com resseguradoras locais pelo menos 40% de cada cessão de resseguro em contratos automáticos ou facultativos, quando a expectativa das seguradoras era que não houvesse percentual obrigatório.
A segunda aborda a obrigatoriedade da seguradora local de não transferir ao mesmo conglomerado no exterior 20% dos prêmios correspondente a cada cobertura. Para Lima, isso tem causado alta dos preços dos seguros porque limita a busca por preços mais competitivos no mercado internacional.
As regras visam proteger o mercado brasileiro de resseguros, mas Pereira acredita que seria difícil as seguradoras nacionais terem independência das resseguradoras internacionais, já que os valores movimentados nas obras são muito altos.
"Qualquer seguradora vai ter de negociar esses contratos internacionalmente. É esperado que esses resseguradores, que de fato vão bancar o risco, tenham possibilidade de alterar cláusulas e fazer ajustes às regras internacionais. Está mais nas mãos dos resseguradores, sim, mas não dá para ser diferente", acredita o especialista.
O diretor de grandes riscos da Allianz Seguros, Angelo Colombo, avalia que, após a abertura do mercado de resseguros, em 2007, ficou mais fácil conseguir essa apólice no Brasil porque o mercado tem apetite para o país.
"Não vejo ninguém sem cobertura", diz ele, para quem o preço do mercado está, inclusive, inferior a padrões globais. "Posso dizer que, para obras de usinas eólicas, houve queda de mais de 15% nos últimos quatro anos."
 
 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Brasil das falácias!

BRASÍLIA - Ainda não há uma data para que iniciem as obras da ponte sobre o canal de Laranjeiras, na localidade de Cabeçudas, em Laguna. Ontem, representantes catarinenses se reuniram com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe. Somente a presidenta Dilma Rousseff (PT) poderá decidir quando a ponte sai do papel.
É possível que na próxima semana haja uma posição sobre as obras. Deverá ser encaminhado pelo Dnit aos ministérios do Planejamento, Fazenda, Transportes e a Casa Civil todos os levantamentos técnicos e de custo sobre a ponte. Os ministros farão um parecer sobre a ponte, mas a decisão de quando começará a ser construída caberá à presidenta.
Para o prefeito de Laguna, Célio Antônio, a ponte sairá do papel, mas a presidenta decidirá quando. Parlamentares catarinenses tentarão, nos próximos dias, agendar uma audiência com Dilma. O governador Raimundo Colombo (PSD) também deve participar. A ideia é sensibilizar a presidenta quanto à importância da execução deste projeto.
“Agora a situação é presidencial, vamos unir forças e ir até a presidenta com os dados técnicos prontos. Nosso assunto com o Dnit encerrou nesta audiência”, destacou o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Conclusão da BR-101, deputado Ronaldo Benedet (PMDB).
Outros assuntos pertinentes à BR-101, como a licitação para a construção do túnel do Morro do Formigão, não foram abordados na pauta.
Segundo Célio Antônio, o projeto da ponte foi aprovado pelo Dnit. Uma proposta havia sido apresentada pelo consórcio Camargo Corrêa/Construbase/M.Martins para a redução do custo da obra em R$ 40 milhões. A redução do valor é relativa ao concreto, mas resolve o problema do sobrepreço apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que é de R$ 40 milhões na mão de obra. A discussão no tribunal continua e isso não impede que a ordem de serviços seja entregue ao consórcio.

Matéria publica jornal Diário do Sul - http://www.diariodosul.com.br/?pag=noticias&cod=7549

E enquanto isso, a vida segue...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

I Seminário de Gestão de Riscos Geológicos do Estado de Santa Catarina

Convidamos todos a participar no 1º Seminário de Gestão de Riscos Geológicos do Estado de Santa Catarina promovido pela Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental – ABGE.
O Seminário terá como tema central "Gestão do Risco Geológico e Prevenção - Ferramentas e Desafios", reunindo profissionais ligados às atividades de diagnóstico, prevenção, recuperação e pós-desastre, para analisar e discutir as experiências e resultados obtidos nos últimos anos, além de indicar quais serão os principais desafios a serem vencidos e definições de estratégias de políticas públicas e sociais para enfrentamento dos problemas no Brasil e em especial em Santa Catarina.
O público alvo deste seminário é amplo incluindo profissionais envolvidos com a prevenção e gestão de desastres ambientais, estudantes interessados na temática, Defesa Civil, empresas de consultoria e de engenharia, prefeituras e governo de SC.
O evento será realizado no Auditório Deputada Antonieta de Barros, dentro da Semana Estadual de Ações de Defesa Civil (dias 21 e 22 de maio de 2012).
Endereço: Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina – ALESC - Palácio Barriga Verde. Rua Doutor Jorge Luz Fontes, 310 - Florianópolis - Santa Catarina.
As inscrições são gratuitas e o programa do Seminário pode ser acessado no hotsite: http://www.abge.com.br/seminariosc/

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sobre chuvas, tragédia e reconstrução

Sobre chuvas, tragédias e reconstrução vale uma lógica reflexão. Para as finanças, o economista e o contabilista. Para a saúde, o médico, o dentista e o enfermeiro.Para as leis, os juristas.É a lógica do conhecimento profissional, nada mais natural. Assim, é preciso compreender que, para o desenvolvimento urbano, tornam-se necessárias mais do que críticas ou elogios. Para a boa infraestrutura deve ser utilizada a cultura tecnológica, sendo imprescindíveis os procedimentos técnicos de engenheiros (diversas especialidades), arquitetos, urbanistas, geólogos e outros técnicos afins.

Existe, ainda, uma insuficiente percepção e valorização dos profissionais das áreas tecnológicas. Quando de alguns conflitos no mundo, já assistimos os aviões trazendo os engenheiros brasileiros que estavam projetando e construindo obras diversas e importantes. Aí a mídia mostra a capacidade da engenharia brasileira ser competitiva neste mundo global. Essa capacidade comprovada, lá fora, precisa ser melhor utilizada e valorizada aqui no Brasil.

A vontade política deve ser de valorizar e bem utilizar a tecnologia para melhoria e segurança da qualidade de vida do cidadão. Esse deve ser o exercício ideológico para atingir o resultado lógico. Uma filosofia de bem aplicar, por exemplo, a geotecnia e a hidrologia.

É impossível evitar as eventuais tragédias naturais, mas é possível minimizá-las para limites aceitáveis. As boas técnicas de engenharia devem permitir uma convivência mais harmônica do homem com a natureza. Não podem, no entanto, realizar milagres, isso é da alçada do Supremo Construtor.

Os problemas urbanos decorrem, a maior parte, não de falha técnica, mas da falta de técnica. Os engenheiros e profissionais afins precisam e podem colaborar através de conhecimento e trabalho profissional com criteriosos estudos e bem elaborados projetos para uma execução segura, viável e com qualidade. Queremos trabalhar e pavimentar um caminho melhor para o Brasil, drenando bem as águas para não deixar escorrer para o ralo os recursos públicos.

Texto de autoria de Paulo Cesar Bastos - Engenheiro Civil
Publicado Seção Artigos  - Jornal o Globo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A quebra de paradígmas.



Segundo estimativas do Confea, o Brasil tem hoje cerca de seis engenheiros para mil pessoas economicamente ativas, enquanto os Estados Unidos e o Japão teem vinte e cinco engenheiros para cada mil trabalhadores. A Coréia do Sul, com um terço da população do Brasil, forma cerca de oitenta mil engenheiros por ano enquanto nós só graduamos cerca de vinte e seis mil profissionais. Embora as comparações sejam importantes não podemos esquecer as características próprias do Brasil. Precisamos, na nossa busca pelo desenvolvimento, encontrar os nossos próprios caminhos. A ampliação da procura pelos jovens das graduações nas áreas tecnológicas, no entanto, deve ser cada vez mais fomentada. A tecnologia brasileira precisa ser revalorizada e reconstruída, e não apenas apresentar-se como uma demanda de marcado. A boa formação universitária terá papel preponderante para melhoria desse aspecto, porem deve ser acompanhado, também, de uma mudança de mentalidade e conceitos. Como exemplo, o engenheiro deve passar a ser compreendido como o elemento-chave para o processo de condução das inovações tecnológicas aos setores econômicos da sociedade. Precisamos valorizar as ações, os produtos e processos e não somente as palavras. Interagir a universidade com a empresa desenvolvendo uma parceria saudável e desenvolvimentista implementando os modernos Cinco Caracteres da Competitividade, os 5C: Capacitação; Cooperação; Comunicação; Compromisso; Confiança.
Este novo contexto tecnológico exige mudanças no perfil do profissional de engenharia e, por tanto, no perfil da educação em engenharia. Comungo da ideia de que essa educação  deva centra-se na transmissão de um forte embasamento matemático e estatístico, além do enfoque moderno das áreas de atuação, contextualizado no universo da engenharia. Salvo os conteúdos ora citados, a educação em engenharia não deve focar demasiado em conteúdos, como é tradicionalmente, mas sim em garantir que o futuro profissional aprenda a aprender sozinho, evitando-se a obsolescência prematura. É interessante que este futuro profissional seja treinado para saber avançar no desconhecido. Seu período de graduação deve lhe proporcionar familiaridade com a metodologia da pesquisa e do desenvolvimento experimental, com os ambientes multitemáticos tais como seminários, revistas, redação técnico-científica, legislação de propriedade intelectual, pautados em valores éticos fundamentais.
Esta mudança de paradigma exigirá mudanças no modelo organizacional dos cursos, cujo foco tem de deixar de ser o ensino e passar a ser a aprendizagem. Esta pode ser é a saída para que e educação em engenharia possa formar profissionais adequados à nova realidade.

terça-feira, 1 de maio de 2012

A inversão de VALORES e a importância da

Senhores, há muito escrevo e compartilho com vocês leitores, sobre o resgate da valorização profissional. Pois bem, dia destes em meus momentos rotineiros de leitura, tive a oportunidade de ler um artigo escrito por Milton Golombeck - Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnia -, o qual gostaria de compartilhar.

" Vivemos em uma sociedade na qual são valorizados predominantemente as aparências e o glamour. Modelos, cantores, atores e atletas se sobrepõem, com seus valores, a outros valores essenciais ao progresso da condição humana e à melhoria da qualidade de vida. Mas o problema não é apenas brasileiro; é fenômeno universal, com algumas raras exceções.
Mas não se pode esquecer que basicamente tudo o que utilizamos em nosso dia a dia - meios de transporte, tais como rodovias, ferrovias, aeroportos, edifícios residenciais, espaços para abrigar hospitais, escolas, centros culturais etc., tudo isso são projetados pela inteligência de arquitetos e engenheiros. A Engenharia, em meu entendimento, é a maior responsável pelo progresso da humanidade em todos os campos do conhecimento humano.
O futuro não depende das celebridades, muitas das quais alegram e satisfazem o nosso dia a dia, mas, sim, dos cientistas, pesquisadores em todas as áreas, tecnólogos e engenheiros que continuam a construir as condições para um futuro melhor.
Na mesma semana em que os jornais, revistas e TVs gastaram páginas e horas para mostrar e comentar as roupas e joias usadas na entrega do Oscar, foi dado o prêmio Russ Prize - equivalente ao Nobel de Engenharia - para os engenheiros Earl Bakken e Wilson Greatbatch. Contudo, nenhum comentário apareceu na mídia a respeito disso. E essas personalidades, foram os inventores do marca-passo. Graças a elas, atualmente mais de 4
milhões de pessoas estão vivas. São instalados mais de 400 mil marcapassos por ano no mundo.
Na inauguração das grandes obras de Engenharia costumam aparecer as autoridades eventualmente de plantão. Mas os nomes dos engenheiros e dos projetistas que as projetaram e construíram, invariavelmente são negligenciados e esquecidos. Quando muito, são divulgados nos nomes das construtoras.
Nos folhetos de venda dos imóveis e coquetéis de lançamentos aparecem os paisagistas, decoradores de interiores e imobiliárias. Mas não aparecem os nomes das empresas de Engenharia envolvidas nos projetos de estruturas, fundações e instalações. A Engenharia é encarada quase como um mal necessário.
Só somos lembrados quando ocorrem catástrofes e acidentes em obras. Nestas horas, todos querem identificar os engenheiros responsáveis. É nossa, a responsabilidade de mudar este quadro, valorizando nossa profissão, fazendo com que as conquistas da Engenharia sejam reconhecidas e deixem de ficar em terceiro plano. Esta falta de reconhecimento e valorização tem consequências diretas nas remunerações dos serviços de Engenharia.
As imobiliárias, que não tem nenhuma responsabilidade pelas edificações, nem pelo seu desenvolvimento, recebem 6% do valor geral de vendas (VGV) enquanto todos os projetos de engenharia da obra somados representam no máximo 2% do VGV. Pior: ninguém discute os gastos com corretagem. Em compensação discutem os custos de projeto e das soluções de Engenharia. Trata-se de uma total e absoluta Inversão de Valores!
Com o crescimento da economia no Brasil, cada vez mais a nossa profissão será necessária. Com mais de 40 anos de atividade, passando por vários planos econômicos, posso afirmar que escolhi a profissão ideal. Precisamos de mais engenheiros e tecnólogos urgentemente. A valorização da profissão fará com que mais estudantes se interessem em entrar num dos campos mais desafiadores e gratificantes das atividades humanas: a Engenharia! "

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A engenharia e a gestão de obras

Estimulado por iniciativas governamentais, impulsionado por eventos esportivos de grande visibilidade internacional, os quais requerem aumento significativo na infraestrutura brasileira, o mercado de trabalho dos engenheiros civis vivencia um momento impar. A construção civil brasileira vive um ciclo de dinamismo e inovação que não experimentava há décadas. Após o período conhecido como o milagre econômico, ocorrido ao longo da década de 70, nas décadas seguintes a oferta de vagas era tão baixa que os profissionais recém-formados naturalmente migravam para o setor financeiro, onde as remunerações eram significativamente melhores. Paralelo a este crescimento, percebe-se o amadurecimento do mercado, o qual se tornou mais exigente quanto à qualidade, sustentabilidade, desempenho das edificações e soluções etc., materializado  na forma de legislações, normas técnicas e selos de qualidade. Naturalmente, hoje o aquecimento do mercado da Construção Civil, gera tanta demanda por profissionais habilmente qualificados, que se torna cada vez mais comum a contratação de graduandos, na tentativa de suprir a falta de "material humano", refletindo, por parte das empresas, em uma aposta na formação de seus próprios quadros internos.

O crescimento do setor deve permanecer assim nos próximos anos. Incorporadoras e construtoras aproveitam o momento favorável para lançar mais empreendimentos. Com tantos projetos em andamento ao mesmo tempo, a principal preocupação empresarial é a de como supervisionar todas as obras simultaneamente e com qualidade. Dessa necessidade imediata deriva o primeiro dos campos de especialização mais promissores do mercado: o planejamento de obras.
O papel do engenheiro de planejamento é fundamental para determinar a velocidade e a estratégia com que as obras serão executadas. Importante salientar que, ao contrário de alguns “mitos de mercado”, como, por exemplo, admitir que para um bom planejamento de obras, basta apenas possuir uma excelente ferramenta computacional (software), o sucesso da gestão do empreendimento será fruto de uma cadeia de informações, que vai desde a escolha do sistema estrutural a eficácia de comunicação entre obra e escritório. Da concepção ao pós-obra, os conhecimentos técnicos para a realização de um bom empreendimento se sofisticaram. O problema gerencial dos empreendimentos apresenta-se tão sério que, mesmo neste momento econômico e mercadológico favorável, alguns incorporadores amargam grandes prejuízos pelo simples fato de manterem as mesmas práticas gerenciais e de planejamentos da época das “vacas magras”.
Para a real eficácia durante a gestão de um empreendimento, é imprescindível a participação ativa de todos os envolvidos no processo, do “peão de obra” ao engenheiro residente, do(s) projetista(s) ao(s) agente(s) financiador(es). Planejamento não é apenas ir à obra, discutir com a equipe de engenharia o fluxo das atividades, realizar medições e prestar relatórios, mas garantir que haja o envolvimento simultâneo de todos os envolvidos no processo.

terça-feira, 27 de março de 2012

Atividade I - Introdução à Engenharia Civil

A comunicação através da escrita apresenta-se como um dos principais canais de comunicação ao longo da evolução da humanidade. Desenvolver a capacidade de síntese apresenta-se como uma das principais ferramentas para profissionais da área tecnilógica. Iniciamos agora, nosso contato direto com este universo extraordinário da escrita.

Para baixar o modelo de formatação clique aqui.

http://www.4shared.com/office/MAS2atTC/Modelo_artigo_tecnico_cientifi.html

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A engenharia e representativade política.

Nossa sociedade esta mergulhada em uma cultura semianárquica e questionadora, onde não é difícil identificar que cidadãos não somente questionem o trabalho de seus legisladores como também não cumpram com suas obrigações. Para o convívio social são estabelecidos normas de convivência para que seus Cidadãos possam conviver de forma harmoniosa. Assim, o cumprimento, por parte de todos os cidadãos, destas regras pré-estabelecidas deslumbra-se como a garantia de que a sociedade sobreviverá de forma organizada. Nesta conjuntura, enquadra-se o sistema jurídico Brasileiro, formado pela Constituição Federal, Leis e Decretos. Atendo-se ao Art. 5º, inciso XIII da Constituição Federal, o mesmo descreve que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” Subtende-se então, que pela Legislação Brasileira, existam profissões regulamentadas e não regulamentadas. O exercício profissional da engenharia, arquitetura e agronomia, assim como demais profissões integrantes do Sistema CONFEA/CREA, é regulamentado pela Lei n.º 5.194/1966.
A referida Lei, em seu Art. 1º, conceitua que as profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo são caracterizadas pelas realizações de interesse social e humano. Destarte, as atividades exercidas pelos profissionais constituintes do Sistema CONFEA/CREA,  afetam diretamente a segurança e a incolumidade pública, uma vez que, as profissões jurisdicionadas ao CREA, enfatizam elevada participação na direção da riqueza nacional, visto que administram significativo porcentual do Produto Interno Bruto do País.
No contexto de formação dos profissionais constituintes do Sistema CONFEA/CREA, as instituições de ensino devidamente habilitadas, conferem aos seus egressos graus e títulos acadêmicos, cabendo aos Conselhos Regionais à concessão do registro e o título profissional, habilitando-os ao exercício profissional com as atribuições inerentes à formação obtida (Lei 9.394/1996 – Art. 53, VI; Lei 5.194/1966 – Arts. 7º a 10º; Resoluções n.º 1.007/2003 e 1.010/2005 do Confea).
Durante palestras que profiro abordando a importância de se integrar um sistema como o CONFEA/CREA, e consequentemente o que significa exercer uma profissão regulamentada, com leis e diretrizes próprias, não são raros os comentários contrários e de que o CREA não defende os interesses de seus respectivos profissionais. Após ouvir atentamente as explanações, e concordar parcialmente com algumas das argumentações de meus colegas de profissão, enfatizo que juridicamente o Sistema CONFEA/CREA não tem como missão defender a classe profissional de engenharia, arquitetura e agronomia, como faz a O.A.B. em defesa dos Advogados por exemplo, mas sim a incumbência de proteger os cidadãos e de fiscalizar o trabalho de engenheiros, arquitetos e agrônomos, credenciando e controlando esses profissionais para evitar que seus respectivos trabalhos ocasionem algum tipo de prejuízo a sociedade.
A representatividade dos profissionais de engenharia, arquitetura e agronomia, é feita através das entidades de classe, movimentos capazes de sobreviver ao tempo, independente dos homens que as criaram, permitindo que a tocha do interesse profissional mantenha-se acesa ao longo de vários mandatos, presidentes, representantes etc. Logo, para que nossos interesses profissionais sejam efetivamente defendidos, é necessário fortalecermos nossas entidades de classe, não só através do número de filiações, mas também em termos de participações de reuniões, discussões, pleitos eleitorais e tudo aquilo que de interesse for.
O enfraquecimento político das entidades de classe, concomita para a dependência dos conselhos regionais. Em pesquisa recente realizada pelo CONFEA, apontou que 90% dos engenheiros e arquitetos não pertencem a nenhum tipo de agremiação profissional. Em minha singela opinião, enfatizo a necessidade de que engenheiros, arquitetos e agrônomos entendam que o poder político que sustentará sua representatividade perante a sociedade é diretamente proporcional ao número de profissionais articulados e/ou mobilizados por suas associações. Se juntos a situação beira ao colapso, individualizados não é possível imaginar resultado diferente.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Engenheiro ou caneteiro?

A evolução da humanidade, embora se processe de forma contínua, tem dado alguns saltos esporádicos de maior desenvolvimento. Um elemento constante na história desta evolução é a capacidade do ser humano dar forma a objetos naturais e a emprega-los para determinados fins, como por exemplo, para a fabricação de ferramentas (BAZZO, 2006). Assim, não seria leviano afirmar que a evolução da sociedade se confunde com a evolução da engenharia. Com a rápida expansão dos conhecimentos científicos e com a sua aplicação aos problemas práticos, o profissional de engenharia como conhecemos hoje é, na realidade, o resultado de todo um processo evolutivo decorrido ao longo de milênios. Durante este processo a engenharia foi se estruturando, fruto fundamentalmente do desenvolvimento da matemática e da aplicação dos fenômenos físicos, obtendo o atual modelo a partir do século XVIII, quando se chegou a um conjunto sistemático e ordenado de doutrinas.

Segundo historiadores, o primeiro emprego do termo engenheiro – proveniente da palavra latina ingeniun (cujo significado remete a engenho ou habilidade) foi feita na Itália. Oficialmente, esta designação apareceu pela primeira vez numa ordem régia de Carlos V (1.330 – 1.380), da França, mas apenas no século XVIII é que começou a ser utilizada para identificar aqueles que faziam técnicas com base em princípios científicos.
O grifo da expressão, não é por acaso. É para reforçar a relevância e a importância contextual do exercício da atividade profissional de engenharia, arquitetura e agronomia. Um profissional integrado ao sistema Confea/Creas, em decorrência de suas atividades, está sujeito às responsabilidades oriundas de três fontes: a LEI (responsabilidade legal); o CONTRATO (responsabilidade contratual); e o ATO ILÍCITO (responsabilidade extracontratual).
A lei n.º 5.194/64 – a qual regulamenta o exercício da atividade profissional de engenharia, arquitetura e agronomia – considera como exercício ilegal da profissão, a exequibilidade de qualquer atividade inerente às áreas supracitadas, sem a presença formal de um profissional habilitado. O recente desabamento dos edifícios no Município do Rio de Janeiro, que em princípio pode estar correlacionado a obras de reformas em um dos prédios, evidencia o risco da execução desta atividade sem o acompanhamento de um profissional habilitado.
Apresentado em agosto de 2009 pelo deputado federal Mauricio Rands (PT-PE), está em tramitação pelo plenário o projeto de lei que criminaliza o responsável por erros em projeto ou obra na construção civil, independente de haver desmoronamento ou não. O autor do erro ficaria sujeito à reclusão de um a quatro anos mais multa. Segundo o projeto de lei, que altera o artigo 256 do Código Penal, será considerado crime a exposição de “perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, em razão de erro no projeto ou na execução da construção”. Caso o crime seja culposo, a pena seria detenção de seis meses a um ano. No texto atual, a criminalização e pena ocorrem somente se houver desabamento ou desmoronamento. Segundo texto do projeto do deputado pernambucano, a atuação da seara civil em casos de interdição sem fatalidade ponta para uma “benevolência da legislação”.
Para um pequeno grupo da sociedade, os engenheiros “servem para assinar os projetos, permitindo assim que se dê legitimidade aos processos de construção em geral”, ou seja, a importância do profissional de engenharia se evidencia na sua assinatura, não no seu trabalho. Triste distorção. Os engenheiros são a solução, a garantia de que seu sonho tornar-se-á realidade conforme planejado e idealizado por longínquos anos, não apenas uma regulamentação burocrática no cumprimento da lei, aprovação na Prefeitura, agentes financiadores, etc.
E enquanto isso, a vida segue.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Engenheiro do século XXI.

Uma série de pesquisas sobre excelência profissional no trabalho conclui que as qualidades emocionais desempenham um papel muito mais significativo que as habilidades cognitivas e a experiência prática no bom desempenho das tarefas profissionais. (Goleman 1999).

No exercício da atividade profissional de engenharia e arquitetura, apesar de algumas exceções notáveis, a inteligência, a formação acadêmica (básica e complementar), os conhecimentos técnicos e a experiência, de forma isolada, não constituem fatores decisivos para o sucesso ou fracasso na carreira. A maioria dos profissionais integrantes do sistema CONFEA (aproximadamente 900 mil profissionais), são suficientemente capacitados nesses quesitos. Como Docente em cursos de Engenharia e Arquitetura, observo que a distinção de acadêmicos brilhantes dos apenas competentes são as habilidades e características como a facilidade de comunicação, a autoconfiança, a habilidade para trabalhar em grupo e para se relacionar, a capacidade de adaptação, além do potencial de liderança, curiosidade e controle emocional. A partir desta observação, costumo dizer que o comportamento dentro da academia será o reflexo da conduta profissional.

Assiste-se, no século XXI, a um cenário de mudanças tecnológicas e sociais que geram transformações nas relações de trabalho. Alguns autores, dentre eles Ferraz (1983), ressaltam que desde o final do século XX observa-se a exigência de uma sólida formação humano-técnico-científica como requisito de qualificação profissional do engenheiro, que, diante de mudanças observadas no meio social, passa a realizar atividades no exercício de sua profissão, como o gerenciamento de pessoas e processos, que lhe exigem conhecimentos humanos, sociais, econômicos e políticos, que estão além das atividades técnicas.

Na atual conjuntura mercadológica no universo da engenharia, um profissional bem preparado, de bom caráter e personalidade agradável será sempre um profissional melhor e mais valioso que um profissional que possua as mesmas qualificações técnicas mas careça das habilidades sociais básicas.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Serviços de Engenharia – produtos de consumo restrito.

Não é segredo que para profissionais da área das engenharias e arquitetura, a maior dificuldade no exercício de sua atividade esta na venda de seu produto. Isso se torna muito mais evidente no inicio de carreira, onde ainda não se conhece o mercado e o mercado também não lhe conhece.
Serviços de engenharia e arquitetura não são comprados por muitas pessoas muitas vezes na vida. Destarte, é evidente que nosso produto não é um produto de consumo de massa, logo, as regras clássicas de marketing não se aplicam. Uma importante ferramenta de venda para produtos de engenharia e arquitetura, esta relacionado ao contato direto, privilegiando aspectos didáticos da comunicação direta como visitas pessoais, malas diretas além de proporcionar a propaganda “boca a boca”.
Dentro deste contexto, o uso de técnicas de oratórias revela-se imprescindível. Saber comunicar-se verbal e corporalmente com seu cliente durante a etapa de negociação, evidenciará sua capacidade de persuasão e defesa de ponto de vista. Isso fará a diferença na etapa de venda. O uso correto da língua vernácula e consequente vocabulário apropriado ao diálogo proposto farão a diferença no momento de se fechar negócio. Em minhas palestras onde abordo este assunto, sito o exemplo do então Ministro da Educação Paulo Renato ao conceder uma entrevista à imprensa, para falar sobre o desempenho de sua pasta no segundo mandato do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Um dos repórteres solicitou que se manifestasse sobre o ENEM, aliás, projeto vitorioso empreendido pelo ministro. A resposta de Paulo Renato pecou pelo descuido na introdução da resposta. Ou seja, ao fazer uma avaliação de seu produto, iniciou assim: “Eu acho que o ENEM é um sucesso!”. A questão é: “Acha” ou é um sucesso? Atente a importância e a forma com que as palavras são inseridas no contexto de sua negociação, pois a não observância deste fundamento, poderá descreditar seu produto.

Sempre que abordo o tema, em palestras ou em sala de aula, recomento o investimento em cursos de oratória, leituras relativas a noções de direito, contabilidade empresarial, técnicas de liderança e áreas afins, pois será através da aplicação destes conceitos que conseguirás transformar a engenharia em um negócio lucrativo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Iniciando uma Carreira.

Todos os anos, uma gama de novos profissionais de engenharia chega ao mercado. Vive-se neste momento, um misto de alegria e expectativas, enfim, é chegado o momento pelo qual você se preparou por longínquos anos (17 anos no mínimo), coroados através do ato de formatura. O que antes era apenas um sonho, agora ganha novo formato, novas metas, novas perspectivas e passa a ser temperado com imensa responsabilidade, pairando a expectativa e a esperança de uma nação que não pode, nem merece mais, esperar por um futuro melhor, afinal somos parte deste futuro.

As inseguranças neste inicio de carreira são comuns, afinal, como responder imediatamente a questões como: qual área da engenharia atuar? Devo trabalhar como empregado ou como autônomo? Como iniciar minhas atividades? Como se portar diante do mercado? – pois estes são temas novos e que seguramente não foram abordados ao longo da graduação em engenharia, pelo menos não com a mesma relevância das disciplinas profissionalizantes inerentes a formação.

Em minhas palestras ou mesmo em sala de aula quando abordo o tema, enfatizo que não existe uma fórmula mágica para o "sucesso profissional", mas sim que o mesmo será alcançado através de muito trabalho, pautado em preceitos éticos, morais e técnicos. Um profissional prestador de serviços, como é o caso da engenharia, torna-se uma vitrine. Por tanto procure seu mercado e apresente-se ao mesmo. Deixe claro qual o tipo de serviço que você presta, qual o seu público. Não é produtivo neste início de carreira deixar que o mercado o procure. Entenda seu mercado, defina quais serviços serão oferecidos e suas respectivas políticas de precificações. Tenha bem definido que o que vendemos não pode ser encontrado em um magazine, não é um bem palpável. Nós vendemos ideias, soluções, sonhos que serão materializados através de nossa intelectualidade. Assim, não dê gratuitamente aquilo que você vende. Valorize seu produto e a recíproca será verdadeira.