
Segundo estimativas do Confea, o Brasil tem hoje cerca de seis engenheiros
para mil pessoas economicamente ativas, enquanto os Estados Unidos e o Japão
teem vinte e cinco engenheiros para cada mil trabalhadores. A Coréia do Sul,
com um terço da população do Brasil, forma cerca de oitenta mil engenheiros por
ano enquanto nós só graduamos cerca de vinte e seis mil profissionais. Embora
as comparações sejam importantes não podemos esquecer as características
próprias do Brasil. Precisamos, na nossa busca pelo desenvolvimento, encontrar
os nossos próprios caminhos. A ampliação da procura pelos jovens das graduações
nas áreas tecnológicas, no entanto, deve ser cada vez mais fomentada. A
tecnologia brasileira precisa ser revalorizada e reconstruída, e não apenas apresentar-se
como uma demanda de marcado. A boa formação universitária terá papel
preponderante para melhoria desse aspecto, porem deve ser acompanhado, também,
de uma mudança de mentalidade e conceitos. Como exemplo, o engenheiro deve
passar a ser compreendido como o elemento-chave para o processo de condução das
inovações tecnológicas aos setores econômicos da sociedade. Precisamos
valorizar as ações, os produtos e processos e não somente as palavras.
Interagir a universidade com a empresa desenvolvendo uma parceria saudável e
desenvolvimentista implementando os modernos Cinco Caracteres da
Competitividade, os 5C: Capacitação; Cooperação; Comunicação; Compromisso;
Confiança.
Este novo contexto tecnológico
exige mudanças no perfil do profissional de engenharia e, por tanto, no perfil
da educação em engenharia. Comungo da ideia de que essa educação deva centra-se na transmissão de um forte
embasamento matemático e estatístico, além do enfoque moderno das áreas de atuação,
contextualizado no universo da engenharia. Salvo os conteúdos ora citados, a
educação em engenharia não deve focar demasiado em conteúdos, como é
tradicionalmente, mas sim em garantir que o futuro profissional aprenda a
aprender sozinho, evitando-se a obsolescência prematura. É interessante que
este futuro profissional seja treinado para saber avançar no desconhecido. Seu
período de graduação deve lhe proporcionar familiaridade com a metodologia da
pesquisa e do desenvolvimento experimental, com os ambientes multitemáticos
tais como seminários, revistas, redação técnico-científica, legislação de
propriedade intelectual, pautados em valores éticos fundamentais.
Esta mudança de paradigma exigirá
mudanças no modelo organizacional dos cursos, cujo foco tem de deixar de ser o
ensino e passar a ser a aprendizagem. Esta pode ser é a saída para que e
educação em engenharia possa formar profissionais adequados à nova realidade.
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