quarta-feira, 2 de maio de 2012

A quebra de paradígmas.



Segundo estimativas do Confea, o Brasil tem hoje cerca de seis engenheiros para mil pessoas economicamente ativas, enquanto os Estados Unidos e o Japão teem vinte e cinco engenheiros para cada mil trabalhadores. A Coréia do Sul, com um terço da população do Brasil, forma cerca de oitenta mil engenheiros por ano enquanto nós só graduamos cerca de vinte e seis mil profissionais. Embora as comparações sejam importantes não podemos esquecer as características próprias do Brasil. Precisamos, na nossa busca pelo desenvolvimento, encontrar os nossos próprios caminhos. A ampliação da procura pelos jovens das graduações nas áreas tecnológicas, no entanto, deve ser cada vez mais fomentada. A tecnologia brasileira precisa ser revalorizada e reconstruída, e não apenas apresentar-se como uma demanda de marcado. A boa formação universitária terá papel preponderante para melhoria desse aspecto, porem deve ser acompanhado, também, de uma mudança de mentalidade e conceitos. Como exemplo, o engenheiro deve passar a ser compreendido como o elemento-chave para o processo de condução das inovações tecnológicas aos setores econômicos da sociedade. Precisamos valorizar as ações, os produtos e processos e não somente as palavras. Interagir a universidade com a empresa desenvolvendo uma parceria saudável e desenvolvimentista implementando os modernos Cinco Caracteres da Competitividade, os 5C: Capacitação; Cooperação; Comunicação; Compromisso; Confiança.
Este novo contexto tecnológico exige mudanças no perfil do profissional de engenharia e, por tanto, no perfil da educação em engenharia. Comungo da ideia de que essa educação  deva centra-se na transmissão de um forte embasamento matemático e estatístico, além do enfoque moderno das áreas de atuação, contextualizado no universo da engenharia. Salvo os conteúdos ora citados, a educação em engenharia não deve focar demasiado em conteúdos, como é tradicionalmente, mas sim em garantir que o futuro profissional aprenda a aprender sozinho, evitando-se a obsolescência prematura. É interessante que este futuro profissional seja treinado para saber avançar no desconhecido. Seu período de graduação deve lhe proporcionar familiaridade com a metodologia da pesquisa e do desenvolvimento experimental, com os ambientes multitemáticos tais como seminários, revistas, redação técnico-científica, legislação de propriedade intelectual, pautados em valores éticos fundamentais.
Esta mudança de paradigma exigirá mudanças no modelo organizacional dos cursos, cujo foco tem de deixar de ser o ensino e passar a ser a aprendizagem. Esta pode ser é a saída para que e educação em engenharia possa formar profissionais adequados à nova realidade.

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