segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Engenheiro do século XXI.

Uma série de pesquisas sobre excelência profissional no trabalho conclui que as qualidades emocionais desempenham um papel muito mais significativo que as habilidades cognitivas e a experiência prática no bom desempenho das tarefas profissionais. (Goleman 1999).

No exercício da atividade profissional de engenharia e arquitetura, apesar de algumas exceções notáveis, a inteligência, a formação acadêmica (básica e complementar), os conhecimentos técnicos e a experiência, de forma isolada, não constituem fatores decisivos para o sucesso ou fracasso na carreira. A maioria dos profissionais integrantes do sistema CONFEA (aproximadamente 900 mil profissionais), são suficientemente capacitados nesses quesitos. Como Docente em cursos de Engenharia e Arquitetura, observo que a distinção de acadêmicos brilhantes dos apenas competentes são as habilidades e características como a facilidade de comunicação, a autoconfiança, a habilidade para trabalhar em grupo e para se relacionar, a capacidade de adaptação, além do potencial de liderança, curiosidade e controle emocional. A partir desta observação, costumo dizer que o comportamento dentro da academia será o reflexo da conduta profissional.

Assiste-se, no século XXI, a um cenário de mudanças tecnológicas e sociais que geram transformações nas relações de trabalho. Alguns autores, dentre eles Ferraz (1983), ressaltam que desde o final do século XX observa-se a exigência de uma sólida formação humano-técnico-científica como requisito de qualificação profissional do engenheiro, que, diante de mudanças observadas no meio social, passa a realizar atividades no exercício de sua profissão, como o gerenciamento de pessoas e processos, que lhe exigem conhecimentos humanos, sociais, econômicos e políticos, que estão além das atividades técnicas.

Na atual conjuntura mercadológica no universo da engenharia, um profissional bem preparado, de bom caráter e personalidade agradável será sempre um profissional melhor e mais valioso que um profissional que possua as mesmas qualificações técnicas mas careça das habilidades sociais básicas.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Serviços de Engenharia – produtos de consumo restrito.

Não é segredo que para profissionais da área das engenharias e arquitetura, a maior dificuldade no exercício de sua atividade esta na venda de seu produto. Isso se torna muito mais evidente no inicio de carreira, onde ainda não se conhece o mercado e o mercado também não lhe conhece.
Serviços de engenharia e arquitetura não são comprados por muitas pessoas muitas vezes na vida. Destarte, é evidente que nosso produto não é um produto de consumo de massa, logo, as regras clássicas de marketing não se aplicam. Uma importante ferramenta de venda para produtos de engenharia e arquitetura, esta relacionado ao contato direto, privilegiando aspectos didáticos da comunicação direta como visitas pessoais, malas diretas além de proporcionar a propaganda “boca a boca”.
Dentro deste contexto, o uso de técnicas de oratórias revela-se imprescindível. Saber comunicar-se verbal e corporalmente com seu cliente durante a etapa de negociação, evidenciará sua capacidade de persuasão e defesa de ponto de vista. Isso fará a diferença na etapa de venda. O uso correto da língua vernácula e consequente vocabulário apropriado ao diálogo proposto farão a diferença no momento de se fechar negócio. Em minhas palestras onde abordo este assunto, sito o exemplo do então Ministro da Educação Paulo Renato ao conceder uma entrevista à imprensa, para falar sobre o desempenho de sua pasta no segundo mandato do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Um dos repórteres solicitou que se manifestasse sobre o ENEM, aliás, projeto vitorioso empreendido pelo ministro. A resposta de Paulo Renato pecou pelo descuido na introdução da resposta. Ou seja, ao fazer uma avaliação de seu produto, iniciou assim: “Eu acho que o ENEM é um sucesso!”. A questão é: “Acha” ou é um sucesso? Atente a importância e a forma com que as palavras são inseridas no contexto de sua negociação, pois a não observância deste fundamento, poderá descreditar seu produto.

Sempre que abordo o tema, em palestras ou em sala de aula, recomento o investimento em cursos de oratória, leituras relativas a noções de direito, contabilidade empresarial, técnicas de liderança e áreas afins, pois será através da aplicação destes conceitos que conseguirás transformar a engenharia em um negócio lucrativo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Iniciando uma Carreira.

Todos os anos, uma gama de novos profissionais de engenharia chega ao mercado. Vive-se neste momento, um misto de alegria e expectativas, enfim, é chegado o momento pelo qual você se preparou por longínquos anos (17 anos no mínimo), coroados através do ato de formatura. O que antes era apenas um sonho, agora ganha novo formato, novas metas, novas perspectivas e passa a ser temperado com imensa responsabilidade, pairando a expectativa e a esperança de uma nação que não pode, nem merece mais, esperar por um futuro melhor, afinal somos parte deste futuro.

As inseguranças neste inicio de carreira são comuns, afinal, como responder imediatamente a questões como: qual área da engenharia atuar? Devo trabalhar como empregado ou como autônomo? Como iniciar minhas atividades? Como se portar diante do mercado? – pois estes são temas novos e que seguramente não foram abordados ao longo da graduação em engenharia, pelo menos não com a mesma relevância das disciplinas profissionalizantes inerentes a formação.

Em minhas palestras ou mesmo em sala de aula quando abordo o tema, enfatizo que não existe uma fórmula mágica para o "sucesso profissional", mas sim que o mesmo será alcançado através de muito trabalho, pautado em preceitos éticos, morais e técnicos. Um profissional prestador de serviços, como é o caso da engenharia, torna-se uma vitrine. Por tanto procure seu mercado e apresente-se ao mesmo. Deixe claro qual o tipo de serviço que você presta, qual o seu público. Não é produtivo neste início de carreira deixar que o mercado o procure. Entenda seu mercado, defina quais serviços serão oferecidos e suas respectivas políticas de precificações. Tenha bem definido que o que vendemos não pode ser encontrado em um magazine, não é um bem palpável. Nós vendemos ideias, soluções, sonhos que serão materializados através de nossa intelectualidade. Assim, não dê gratuitamente aquilo que você vende. Valorize seu produto e a recíproca será verdadeira.