Publicado há mais de um quarto de século por Ernest Schumacher, em seu instigante texto O maior recurso, a educação, o autor faz uma crítica corajosa ao ensino de engenharia:
[...] os cientistas nunca se cansam de dizer-nos que os frutos de seu trabalho são “neutros”: se enriquecerão ou destruirão a humanidade dependerá de como forem utilizados. E quem vai decidir como serão utilizados? Nada existe na formação de cientistas e engenheiros que os habilite a tomar semelhantes decisões.[...]
Reflexões a parte, o fato é que a engenharia é um instrumento de cidadania, e que pode ser utilizada para “infernizar” a vida de todo um grupo social ao invés de trazer prosperidade. Simplifico este raciocínio, utilizando uma metáfora de Fernando Pessoa, “ A luz que ilumina também pode cegar”.
É inquestionável que informação é imprescindível para que se possa chegar ao conhecimento. Contudo, não é qualquer informação que pode gerar conhecimento. Afinal, nos dias de hoje, somos frequentemente bombardeados por informações em tempo real, e precisamos desenvolver maneiras e técnicas de filtrar-las. Para que se possa atingir o conhecimento são necessários infatigáveis esforços de reflexão, correlação e depuração das informações.
Na singela visão do autor que vos escreve, apenas com o exercício e prática da leitura, é que conseguimos desenvolver estas habilidades cognitivas, que serão refletidas na maneira como oramos ou dissertamos.